quarta-feira, janeiro 25, 2006

Quero Amar
Quero amar aqui, além, acolá
Quero-te a amar a ti
Aquele, o outro alguém
Quero amar o silêncio do teu coração
Não quero amar nada…
Só quero mesmo sentir a tua mão

Quero amar a inocência de uma arma
A dureza duma flor
Quero tocar o sol
Quero rouba-lo só para mim
Quero-me embrulhar no céu
Quero-o guardar só para mim

Quero esperar no limiar da tua boca
Que me chames
Quero que me ames
Quero nadar no sangue
Que corre nas tuas veias

E a minha alma tão dolorida
Que em outras eras
Se ria
Na primavera florida

E as minhas lágrimas
Que deito em segredo
Ninguém as vê a aumentar o meu medo
Ninguém as vê cair dentro de mim

E se tu viesses ver-me hoje, à tardinha
Arrancaria o por do sol
E os teus lábios
Mas não acredites em magia
Isso é tudo mentira

E se tu viesses ver-me hoje, à noitinha
O silêncio parava para nos escutar
Os peixes deixavam de nadar
Só para ouvir o rumor dos nossos corações
Unidos pelo fio frágil de cristal

E se tu viesses ver-me hoje,
Vem…
Leva-me contigo!

segunda-feira, janeiro 23, 2006

Olho as escadas estreitas e instáveis até chegar ao patamar onde a prancha balança insegura com medo de cair na piscina azul que faz a delicia de tantos. Subo o primeiro degrau, tremo. decido descer com medo de cair e de perder tudo o que até agora tinha construído. olho para cima e vejo a estrela que tenho fitado todas as noites, que me tem adormecido com o ritmo do seu cintilar e com a melodia que invento. a estrela que acalma o vento que roça nas àrvores numa tentativa de sedução. ao que ela responde num gesto desprezável e permanece imóvel. olho para baixo de novo. os pés molhados naquela àgua lucida, deixam marcas no chão gasto e pisado, naquele caminho tantas vezes percorrido. o meu pé esquerdo, que tantas vezes já magoei, e que tantas vezes o direito já ajudou. apoiei sempre o esforço do meu corpo cansado de memórias no pé direito, quando o esquerdo não conseguia. esse pé mais fraco, subiu a primeira escada. e seguiu-se o direito. e o esquerdo. e a força da alma impulsionava o corpo para a frente que tantas vezes tremia com o balançar das escadas despidas e frias. cada vez mais perto do céu que segurava a estrela. e insegura de corpo e alma cheguei. encostei-me aos ferros velhos que tentavam impedir a queda. mas voltei a estremecer. os ferros recuaram. coitados. já não têm a força que tinham na sua juventude. não interessa porque num acto involuntário logo me mandei para a frente, desencostando-me dos ferros. fico mais perto da prancha. olho a estrela e ela cintila como que num piscar de olhos confiante. dou mais dois passos em direcção à prancha, na direcção da estrela que fica cada mais alcançável. olho para baixo e sinto-me uma criança inconsciente que deita tudo a perder para conseguir aquele brinquedo que tanto anseia. chego ao limite da prancha. inclino-me tentando alcançando o pontinho brilhante. falta pouco. inclino-me mais um pouco para a frente.. estou quase. o pé esquerdo avança.
foi em falso. não sinto a prancha. o vazio percorre-me enquanto caio. tento respirar fundo mas tudo o que sinto é uma dor no peito. procuro a estrela uma ultima vez, mas tudo o que encontro são folhas a cair da árvore que chora a partida do vento. sinto uma dor nos pés. é o embate na água. perdi-me. tudo desvanece.
tudo o que eu queria era que alguém me guiasse. alguém que voasse comigo para não voltar a percorrer o mesmo caminho de sempre. alguém que não me iludisse com promessas incompressíveis. alguém que me ajudasse a escolher o trilho mais limpo e menos instável, e que o percorresse comigo, mesmo sendo desconhecido. mas, nesta vida de interceiros e egoístas, há alguém que faça isso? eu quero acreditar que ainda tenho quem se arriscasse a isso..
espero não cair da prancha, quando(se) me aperceber que afinal nada passa de uma ilusão, de uma estrela inalcançável.

[ porque a minha vida resume-se à subida de uma escada instável tentando alcançar o inalcançável, a lutar pelas ilusões, a sonhar. a minha vida é feita de caídas e recaídas, e de alguma mão no ombro que ajuda sempre a subir mais um degrau. e a mão, vou continua-la a sentir? ]

quarta-feira, janeiro 18, 2006

A carta que nunca te escrevi

Já nao escrevo há bastante tempo, mas o tempo não me tem deixado. e sinceramente a minha mente também não, tenho andado com um desiquilibrio emocional muito acentuado. nao sei a razão para tal, mas ando com um mau humor.. só os anjos para terem paciência [ obrigada aos meus "anjinhos" que me têm aturado :p ]. mas bem, voltando à escrita, vamos ver no que isto dá.

Não sei bem como começar. não sei se quero que leias isto, nem o que vais pensar depois de o leres. mas eu sei que o vais ler.
a verdade é que preciso de ti, como bom amigo que és. a verdade é que gostaria de me apaixonar por ti, como bom companheiro que és. a verdade é que queria sonhar contigo, como bom navegante da lua és. a verdade é que há algo muito forte que nos une, como seja a Paz. e paz, entenda-se nao sendo apenas como ausencia de guerra, não. muito mais que isso. somos superiores a isso, juntos.
A verdade é que me sinto bem contigo, como bom sorridente que és. a verdade é que te fiz sofrer ( dizes tu ), e ainda mais verdade que isso, sinto-me mal. sinto-me mal porque sinto o mesmo que tu. tu sabes.. ele não me sai da cabeça. o que é que ele tem a mais que tu? sinceramente não sei. se calhar nada. se calhar és melhor. é relativo. mas quando o vejo, o meu coração salta. e salta mesmo. quando te vê, ri. e será melhor ele saltar? não sei... é verdade sim, há coisas das quais se aprendem a gostar. mas não posso aprender a amar-te, desculpa. e pergunto-me, porque é que não escolhemos as pessoas de quem gostamos? era tudo mais facil mas isso nao teria piada, não seria amor. ainda viveriamos num mundo pior. não sairiamos do mundo das sombras. viveriamos na caverna sem a luz do dia, virados para a parede nua e fria acreditando em tudo o que nos era entregue, ofuscados pelo escuro do dia.
A verdade é que me senti bem naquela noite, eu sei que não gostas de falar disso, ou mesmo lembrar. desculpa-me. mas senti-me bem! quando me abraçaste o meu coração rasgou a minha alma só para te ver. quem é que me podia estar a abraçar transmitindo tanto calor? [ele não iria conseguir. ele não gosta de mim o suficiente ] eras tu. não se desiludiu ao ver-te. não penses. apenas ficou espantado. também eu.. o que se transmite num simples gesto. acho que nunca andei tanto naquele bar ranhoso. andamos por entre aquele espaço imundo, em que a música nos ensurdece, o tabaco nos mata só de respirar o ar. esses passos dados sem direcção. apenas para termos um motivo de darmos as mãos. desculpas. darmos as mãos, por supostamente ser preciso para não nos perdermos no meio daquela gente degradante e perdida que se mata a cada bafo e a cada golo que dá. mas sentem-se bem. também eu me senti, não por fumar ou por beber. não o faço. só por estar contigo. e assim nos iamos desculpando. enganando mutuamente. não sei se essa noite foi boa, mas se me pedires, sei-ta descrever perfeitamente. dançámos e dançámos, juntos. e abraçamo-nos. e cantámos. e fomos felizes. fomos enganados. mas fomos " nós " por uma noite.
E a nossa ultima conversa explicou muita coisa. não ja nada que nao se soubesse. mas estava enterrado. voltaste a lembrar-me. entendemo-nos. porque nessa hora nao fugiste como tens feito. nessa hora prendemo-nos. e nada fugiu. saiu tudo, sem se perder. partilhámos sentimentos. enviamos as palavras a cada um. é incrivel como as enviaste direitinhas para o meu coração.
não vou descrever todos os momentos que passámos juntos, não consigo. mas grandes momentos ficaram marcados. Enlgish Bar, Mac, Parque Infantil, Figueira da Foz, a entrada do prédio, o nosso cantinho, as nossas camas[ nada disso seu porco, quando estamos a dormir :) ], enfim.. O nosso mundo. só nosso. onde reina a paz.. e claro.. as pilhas. porque se não fossem as pilhas o meu carinho enorme por ti não existia!
e não te minto. nunca to fiz. tudo o que digo é pura verdade. és um amigo. mais que isso. um amigo especial, és o meu amigo porco especial. e chega?
desculpa-me, talvez um dia te canses e me deixes. e só talvez nesse dia eu consiga definir as coisas e percebe-las. ou nem nesse dia. há coisas que parecem estar estipuladas para nunca se perceber. mas bem, pelo menos hoje.. respiras-me? se passares por aqui não faças barulho, amanhã tenho aulas de manhã. nao me acordes ok?
[ hoje respiro-te, só hoje. só esta noite. devagarinho. vou-te esperar de olhos fechados. no meu sono.. ]

quarta-feira, janeiro 11, 2006

Adeus ( Eugénio de Andrade )

Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis. Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro;
era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes.
E eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.

Mas isso era no tempo dos segredos,
era no tempo em que o teu corpo era um aquário,
era no tempo em que os meus olhos
eram realmente peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.

Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor,
já não se passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.

Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.

Adeus

Eugénio de Andrade

segunda-feira, janeiro 09, 2006

Aos 30 anos serei ( poema para Português )

Aos 30 anos serei…
Poema sem ritmo, ou
As palavras balançarão ao som
Dos toques que o lápis
Faz no papel;
Vaguearei pelas ruas procurando desesperadamente
Nos cantos imundos da cidade
o amor perdido,
Ou ele me será entregue a
Cada inspiração de ar
Que roubei a mim própria;
Invadirás os meus sonhos
Como sempre tens feito, ou
Sonharás comigo, sentido
O teu bafo confiante no
Meu ouvido.
Passarei noites a gritar, por algo que
Não vejo, ou serei muda
e perceberei que tudo o que preciso
é de ti.
Terei-vos a meu lado, como sempre tive
Desde que nasci
Ou já terá chegado a vossa hora e
Por isso, ou não,
Chamarei nomes à vida,
Tratá-la-ei como injusta.
Desvendarei os segredos
Embrulhados no fundo azul
Ou resignar-me-ei
à minha ignorância;
Darei amor àqueles que amo
E levantarei aqueles que me empurram,
Ou serei apenas mais uma que existe.
Farei para sobreviver e viver
Mesmo sem te ver
Procurarei segurança nos
Limites do mar
A sociedade evoluirá
A ignorância aumentará
O desespero apertará o circulo
E eu não terei para onde fugir
Talvez para o fundo do mar
Onde vivo todos os dias,
Nos meus sonhos

Aos 30 anos serei
Quem eu quis ser;
Ou o que me deixaram ser?
Aos 30 anos serei
Eu, modificada, ou não
Muito, ou pouco;
Ou estarei a avistar lá de cima,
As atrocidades
Cometidas aqui,
Desfrutando a calmaria do vento
Cantando com os pássaros
Como sempre imaginei.
Serei a primeira capaz de voar,
Rasgar os céus
Como as águias me ensinaram
Durante tantas noites;
Abraçando o vento,
Beijando a água,
Em paz, na minha terra.
A minha querida
Terra do nunca.
Ou não serei nada disto
Porque a vida é isto mesmo
Um jogo, uma incerteza constante.
será que aos 30 anos,
a vida continuará a ser assim,
ou também ela mudará
ao envelhecer..?

quarta-feira, janeiro 04, 2006

O meu sonho..

Certas noites têm-se tonardo frequentes...
É quando dois olhares se cruzam á procura do luar, de qualquer coisa que abrace a luz. é quando a nossa conversa reside no silêncio, reflexo nos meus olhos, das nossas viagens de sonho. é o sentir das tuas mãos quentes que me queimam por dentro. são os teu lábios molhados em chocolate deslizando pelo meu corpo. saboreias-me. desejo-te.
Sorris-me, estás a falar de qualquer coisa de futebol que não percebo, que nao ouço. mas acompanho-te com o meu olhar, contemplando-te.
não me sinto sozinha. não estamos sozinhos, as ondas do mar beijam a areia, abrançando-nos. sou devorada pelos sentimentos que nos rodeiam. volto a ser devorada, mas agora pelo frio das tuas mãos molhadas. percorres-me lentamente, gelando tudo o que passa num gesto fugaz. o meu corpo gela. avistamos no limite do mar uma cor alaranjada. é o medo a explodir. é o fogo que se apressa a mergulhar. desenho pegadas na areia espreitando o azul da àgua. a segurança é-me entregue a cada gesto que o mar faz trazendo concha aqui, alga ali, de novo a terra. jogamos o mais belo dos jogos, o da sedução. seduzes-me, seduzo-te.. voltas a seduzir e continuas. gostas. é este vai-vem que me faz viver. parece que nos vemos sempre pela primeira vez. o nervoso miudinho continua. sinto cócegas no pescoço. são os cabelos balançando. são movidos pelo teu bafo seguro com cheiro a pastilha de morango . segredas-me o quanto me desejas e o quanto me precisas. não digo qualquer palavra. mas entrego-me a ti como nunca me entreguei a ninguém. pintas-me de confiança. enterlaçamos os dedos como uma corrente cuja chave é entregue ao nosso coração. caminhos sem medo, sem desespero, sem choro, os dois.. pela nossa praia, na nossa noite. nestas noites não choro, porque me ensinaste a rir, não desespero porque me ensinaste a lutar. e.. adormecemos os dois, abraçados.

mas o sol desperta. o amanhecer acorda. e abro os olhos para mais um dia. são estas as minhas noites, o meu sono. é isto o meu sonho.
[seremos cúmplices o resto da vida ou ate so amanhecer ]

Parabéns Patricia!


porque um dia entraste na minha vida
e nesse mesmo dia me prendi a ti para nunca mais sair
porque és para sempre uma amiga
que eu nunca vou deixar ir
porque és unica
porques és fantástica
porque mesmo longe não te deslargo
porque te trago
para sempre no meu coração
porque as unicas lagrimas que escorrem são de saudade
porque deixas-te as tuas marcas
porque nunca me desiludiste
porque iluminas o meu caminho
e alegras os momentos que estou contigo
porque és muito mais do que qualquer uma das 23 letras do nosso abecedário possa dizer
porque és daquelas pessoas que fazem bater o coração mais depressa
porque me ensinaste a verdadeira amizade e a saudade
porque os nosso desenhos, nada nem ninguém apaga
porque és aquela amiga
porque és...
porque a ti, meu amor, eu.. tu sabes o resto..
Vou guardar a palavra para nao cair no erro de a gastar demasiado..
<3 :)

segunda-feira, janeiro 02, 2006

Parabéns pi! :)


Parabéns pi!
"eras mais que uma pessoa, um herói
mais que uma mão, a confiança...
mais que um ombro, o conforto...
mais que um abraço, a segurança...

eras mais que um tocar, o sentir...
mais que uma imagem, uma visão...
mais que uma descoberta, um tesouro...
mais que um exemplo, a perfeição...

eras mais que uma cor, o arco íris...
mais que uma flor, o jardim...
mais que a lua, a noite...
eras mais que tudo para mim.

eras. "


És mais que uma amiga, uma paixão
mais que uma rapariga, uma deusa
mais que uma amiga, a compaixão
mais que uma rapariga, a acompanhante do meu caminho.

És mais que uma amiga, a saudade
mais que uma rapariga, a persistencia
mais que uma amiga, a humildade
mais que uma rapariga, o exemplo.

És mais que a água, o mar
mais que o sol, a luz
mais que uma rapariga, a perfeição
mais que o original, a diferença.

Parabéns minha amiga, tudo de bom.. Ainda que, a "droga" va desvanecendo, desactualizando e caindo aos poucos, eu gosto imenso de ti. A Barra continua de pé, se esse for o seu desejo. Até lá, fico-me pela leitura dos teus magnificos textos, pelas 6as feiras que passam e que janto sem a vossa companhia, e pelas conversas com o teu grande irmão :)
minha querida, ainda que não muito presente, estou aqui para sempre ! Esperando que o tempo pare e rebobine, até ao dia 9 de Agosto. para lhe dar a oportunidade que perdeu.. Todos merecem, não? burro :)
minha amiga, em França, na Barra, em Coimbra, no pavilhão do Olivais, no meu dia-a-dia, na minha vida, nos meus dois mundos, és... !

domingo, janeiro 01, 2006

Minha Princesa!

Embrulho-me nas memórias que ninguém recorda. num segredo que ninguem vê. decido sob a indecisão. danço sem ritmo ao som das ondas que não se ouvem. tropeço nas linhas que inventei, apagando-as sem querer. volto a inventá-las. tropeço em qualquer coisa que não sei o que é, perco-me num lugar inexistivel, e fico por lá, embrulhada nas minhas recordações. porque aqui, nenhum gesto magoa, as unhas não arranham, os olhares não intimidam. mas as mãos não seguram, os beijos não fazem cócegas, os ombros não confortam, os acordes das violas não se ouvem, as vozes não cantam.
porque nesse lugar, talvez mágico, ou talvez real eu sonho-me. sozinha eu estou, porque sou só minha. esqueco-me do que sou, do que me fizeram ser, do que queriam que eu fosse. porque aquele é um lugar esquecido. pinto-me da tua cor. desenho naquela areia coisas que recordam os nossos momentos, mas logo aquele mar apaga aqueles desenhos, porque aquele é um lugar perdido. porque me embrulho e re-embrulho neste meu segredo que me desfaz. enrodo-me nas fotografias espalhadas pelo chão instável.
Mas hoje, eu (re)invento-me. porque hoje estou contigo. porque ouvi a tua voz, senti as tuas lágrimas, acompanhei a tua respiração. porque hoje tu és capaz de viver e reviver os nossos momentos, de desembrulhar o meu segredo com cuidado para não rasgar. hoje sou forte, porque estás comigo. acredito em mim quando duvidam do que faço. mantenho-me levantada quando o chão foge de baixo dos meus pés. levanto aqueles que me pregam rasteiras. beijo aqueles que me mordem. acarinho aqueles que em troca me dão rancor. arrisco e não temo decepção. perco-me nalgum lugar e reencontro o meu caminho. desfaço tudo e recomeço do zero. porque hoje lembro-me de nós. o nós que permanece fixo e inabalável.
porque a ti te amo quando o ódio me rodeia, a ti te suporto quando as pernas não aguentam o meu peso, a ti te aqueço quando nos sentamos no gelo.
porque a mim confortas-me com as tuas mãos, aqueces-me com os teus olhares, ajudas-me com os teus braços, das-me fé quando ela se perde, adormeces-me com as tuas canções. porque contigo faço desenhos que o mar não apaga. invento musicas que não se esquecem. viajo para longe num lugar proximo. rio. choro. grito. salto. canto. danço. toco. revolto. invento.

Esta é para ti minha amiga, no amor e na saudade que nos une, fico contigo. sempre que precisares avisa, eu não me importo. podemo-nos perder nalgum lugar e viver tudo aquilo que a vida nos tem roubado. todas as musicas que ficaram por inventar, todos os acordes que ficaram por ensinar, todos os gajos que ficaram por apalpar, todas as fotografias que ficaram por tirar. mas, se algum dia te perderes, não te esqueças de mim... AMO-TE!
E hoje sou feliz só por causa de você.