terça-feira, fevereiro 28, 2006


Um dia quis conhecer o mais fundo de ti. Mascarei-me de folha e desfiz-me em pedacinhos para o vento não refilar o peso de memórias que transporto. E lá fui eu… devagarinho, despida, sentindo o palpitar da bolinha pequenina, fria de ausência.
Cheguei perto de ti e nem tive tempo para te olhar porque, de súbito, senti uma corrente que me empurrava. Foi um turbilhão que demorou poucos segundos e só quando acabou percebi o que tinha acontecido.
Inspiraste-me.
Por momentos senti-me perdida. Mas logo me encontrei. Dentro de ti.
E veio mais uma corrente de ar que me empurrou ainda mais para dentro. No meio de tanto liquido viscoso, fui levada para o teu sangue. Vagueei por todos os teus cantos com vida. Percorri-te. Nadei com as vitaminas. Contigo. És tão grande. És tão cheio. [como pode haver espaço para mim?]
Cheguei à bolsa preenchida com ácidos, enzimas, proteínas, lipidos, glícidos e no meio daquela confusão encontrei o desespero e com força agarrei nele; levei-o comigo. Do lado esquerdo os glóbulos brancos que destruíam a angustia que teimava em entrar.
Mais ao fundo estava o amor, velho, cansado, perdido. Com jeitinho tirei a minha bolinha palpitante que me mantém viva e coloquei-a com astúcia junto do amor. Harmoniosa, a bolinha aconchegou o amor e fundiram-se.
Desfiz-me num pedacinho ainda mais pequeno e retirei um bocadinho de clorofila. Com jeitinho escrevi a palavra secreta: AMO-TE
E mais uma vez, de repente, fui levada. Não me deram tempo para me despedir de ti.
Espirraste e expulsaste-me para fora de ti.
Saí, incompleta. Ficas-te com o meu coração.
Eu sou feita de ti. Sou repleta de vestígios teus…

E assim vivo, sem coração.
Só para que fiques a saber... entreguei-to, nesse frio dia.

domingo, fevereiro 12, 2006

Dia 14 de Fevereiro..


Às vezes sentimos saudade de sentir saudade. e vezes há em que sentimos saudade do que nunca tivemos, ou ainda do que nos fez sofrer, mas só porque em tempos, nos fez sorrir.
tenho saudade de sentir saudade de te perder, mas na verdade, nunca te tive. tenho saudade de sentir saudade dos teus beijos, mas nunca tivemos os nossos lábios juntos. das mãos entrelaçadas, mas só as tivemos quando te agarrei para conseguires andar direito. dos teus abraços, mas só mos deste porque o alcool percorria no teu sangue. dos teus olhares, mas são apenas quando os relanças sobre o vazio e me encontras, paras um instante como sinal de reconhecimento e continuas o teu olhar. não sei bem porque. eu sei que não são mesmo trocas de olhares secretos escondendo uma paixão ardente(saudade disto que nunca senti ter) . sentir saudade das tardes passadas em casa a ver um filme, ou a rebolar no sofá ou no jardim, mas nunca o fizemos. saudade de nós, mas nunca o fomos.
saudade de neste dia, comemorarmos alguma coisa. da alma explodir nas mãos só por te sentir junto de mim.
hey! no 10º ano eu ia ter mota e ia-te levar todos os dias ao dona,mas só porque andavamos, lembras-te ? :p iamos ganhar o euromilhoes e fugir! que saudades.. que planos fantasticos.. que amizade.
e o que mais quero é encontrar-me. encontrar-me em ti. sem ti não sei quem sou. nem sou o que uma vez imaginei ser. simplesmente não sou. esqueci-me do que quis ser e do que me fizeram ser. desculpa o meu egoísmo, mas preciso de ti. só para me encontrar.
tenho um beijo para ti, está preso mas foi feito para se soltar. solta-mo.
vem, não tenhas medo. percorre-me.
pronto está bem. não queres. então da-me so o teu sorriso sincero. adoro o teu sorriso e acho bastante graça ao triangulo que tens no pescoço feito com os sinais. é quase tão perfeito como tu. adoro as nossas conversas, adoro os nosso planos outrora desenhados. o teu fanatismo pelo Benfica deixa-me doida, o teu mau humor quando o Benfica perde deixa-me parva. a tua timidez atrai-me.. adoro quase tudo em ti. reconheço tudo o que desconheço em ti. deves pensar que eu acho que não tens defeitos, és louco! mas olha, és perfeito :)

mas não penses que ando pelos cantos a chorar, ou a desesperar e a querer desistir de tudo o que não tenho. nada disso, tu conheces-me. eu sou feliz. e sou feliz porque, de certa forma, te tenho e sei que posso contar contigo. e é isso que eu quero. quero o meu lugarzinho no teu coração, no lado dos amigos. os grandes, os que vêm do tempo do vince carter, os que estão no tempo do Penetra, e os que ficarão no tempo do João Miguel Montenegro Penetra, os para sempre.
Miguel, só te queria fazer um pequenino texto em forma de reconhecimento por tudo em que te tornaste.. tu sabes que te percebo perfeitamente, mas, por favor, cumpre a promessa. não fujas. fica comigo. não me faças arrepender. tu prometeste..
Adoro-te.. é sincero <3

sexta-feira, fevereiro 03, 2006


Um dia sonhei em encontrar-te numa esquina dum lugar perdido, onde ambos choramos a perda e o querer ter e não ter. um dia pensei em encontrar-te nas linhas confusas e tortas que desenhei com régua, onde ambos nos queixamos de não saber desenhar direito. Um dia pensei encontrar-te na confusão da multidão, onde ambos estávamos isolados e revoltados, sem nos apercebermos da gente que nos rodeava. Um dia imaginei os nossos lábios selados um no outro.
Estou exausta de sonhar.

Um dia tentei mostrar-te o amor mas tu não viste. Tentei mostrar-te a entrega total, mas tu não aguentaste. Estou exausta.

Ás vezes sinto-me como que a jogar basquet, onde o jogo nunca mais termina, desconto de tempo para reflectir, não vale de nada. Continuo a fazer o mesmo erro, não aprendo. Cestos que falho sozinha, só eu, o cesto e a bola, e nem assim marco. Sempre mais um defesa para ultrapassar, mas faço um turn over. Sempre mais uma tentativa de roubo de bola, mas sou ultrapassada e caio no chão como gesto de humilhação.
Sou atropelada, substituem-me como se eu fosse uma marioneta.
[ e,nos dias de hoje, quem é que não é uma marioneta? ]
Não consigo correr mais, estou exausta.

Entraste tão depressa dentro de mim e quando saíste à pressa, sem avisar, nem tiveste tempo de levar tudo o que era teu. Olho-me ao espelho... são só vestígios de ti. Se ao menos te conseguisse expulsar. Mas estou exausta.

Não aguento mais este vicio de te consumir até ao fim sem deixar restos para mais ninguém. A ressaca atormenta-me e no entanto continuas a correr-me no sangue como proteína, como vitamina, como ferro. [ preciso-te, sou anémica ] não importa,
Estou exausta.

["nem tudo o que nos ata nos pode prender.
há sempre uma maneira de recomeçar."]
mas estou exausta. não consigo continuar, como é que hei-de recomeçar?..

quarta-feira, fevereiro 01, 2006


Dois corpos despidos deixados à beira-mar, no Algarve. Dois medos deixados na montanha russa, em Braga. Dois sorrisos, dois gritos perdidos pelos confins do museu do Louvre. Duas almas ligadas, dois corpos inundados de saudade, deixados à noite calma do nosso mundo. Dois copos, duas salsichas, dois mergulhos dados na Figueira da Foz.
Dois olhares que se cruzam, que não se esquecem mais. Duas almas empestadas pelas memórias e as lágrimas. Duas mãos tão cheias, tão vazias.
Duas peles tão cheias de pó da vida, tão cheias de creme que cobre as feridas.
Uma conversa e um grito, e um desespero aperta.
Um abraço e uma mão na nossa cara, e uma euforia rodeia-nos.
Um sonho, e uma realidade. Um desenho, é o que basta para nos ligar. Uma chupeta, e a inocência volta. Um peluche, uma pulseira, uma carta, uma t-shirt, uma palavra, um sorriso, um sentimento obcecante e somos nós.
Uma raquete e uma bola, e ganhamos.
Uma palavra esquecida de tanto ter sido gasta, e sou eu.
Uma alma que procura a que prometeu ficar e partiu, e és tu.
E somos iguais.
Duas frieiras, duas luvas, um nariz vermelho, e somos nós, na nossa escola.
Dois livros, dois lápis, uma borracha, e é o nosso poema.
Duas tardes, dois números, e somos nós, em véspera de teste de matemática.
Dois insultos mentirosos, dois sofrimentos, e é o nosso dia-a-dia.
Duas fotografias deixadas pelo chão, duas canções, duas mensagens, e são as nossas noites.
Uma garrafa de champanhe, doze passas, doze desejos, o nascer do sol, e somos nós, na passagem de ano.
Dois olhares distantes, duas raparigas cansadas, duas corridas, e somos nós, na nossa aula de educação física.
Dois luares esquecidos, duas estrelas no chão, duas flores no jardim, duas feridas profundas, e somos nós.
Dois sustos, dois medicamentos, duas dores, e somos nós, a partilhar a dor.
Duas promessas perdidas, duas palavras esquecidas e escritas na mão, e somos nós.
Não importa que seja só um silêncio. Que seja só um segundo de loucura, desde que se eternize.
Não importa onde quer que vá, o céu que voe, o mar que nade, o chão que pise, o sonho que imagine, porque onde quer que o mundo me leve eu levo no corpo o desejo de te viver.
Hoje fica com o meu sorriso, com a minha borracha, com a minha mão. Fica com o meu amor, fica.. porque somos nós.
Amo-te