Virei as costas e fui. tive necessidade de o fazer. há muito tempo que tenho. quase sempre que não estás comigo a tenho. e ainda que os motivos sejam os mais ridiculos de sempre, servem pra te virar as costas e agir como se me fosses indiferente.
queria, queria ter ido lanchar contigo, queria recebe-la, queria muito. mas a força da, talvez, estupidez aguda impediu-me.
e a situação não é geral. é especifica. é isso que me assusta. é a possibilidade de no fim perceber que, afinal, não era de todo estupidez aguda e o que via ser mesmo o que se passa.
porém não posso sentir o que sei que sinto. é egoismo. é imoral. e não te vou dizer o que é. lamento, mas ainda tenho racionalidade para perceber que não to posso dizer, que tenho que ter cabeça e coração suficiente para aguentar o peso de todo o santo minuto em que isso acontece.
O dia não começou bem e estiveste lá logo quando percebeste que os olhos começavam a brilhar e as lágrimas ameaçavam cair. Surpresa a minha quando continuei a precisar de ti e não estavas. tentei perceber. mas a normal e usual situação surgiu de novo. desisti. não quis mais saber.
Foi por mim, por ti, por nós que hoje te virei as costas e continuei a andar na rua que não se cruza com a tua. Foi de proposito que escolhi que os nossos caminhos não se cruzassem. Hoje fi-lo para tentar que amanhã, ainda que a situação se repita de novo aos meus olhos, eu me arrependa e me livre do orgulho a tempo para que não te vire as costas mais uma vez. e se, irracionalmente, o fizer, consiga desviar caminho e corte a direita: no cruzamento habitual.